Sabugo
O CHAFARIZ DO SABUGO
O histórico chafariz do Sabugo - por onde passava a Família Real a caminho do seu palácio de Mafra - com fonte de espaldar e reservatório lateral para animais. Uma lápide epigrafada esclarece as circunstâncias da sua edificação no séc. XVIII: “NO QUINTO ANNO DO FELIX REYNADO DAS MAGESTADES FIDELISSIMAS D. MARIA I E D. PEDRO III O SENADO DA CAMARA DE CINTRA SENDO PRESIDENTE O DOR. JOZE DINIZ DE OLIV(EI)R.A MANDOU FAZER ESTA FONTE EM BENEFICIO DO PUBLICO ANNO DE 1782”.
Mandado edificar em 1782, no reinado de D. Maria II, por ordem do Senado da Câmara de Sintra. Por este caminho bastante concorrido passava – e certamente descansava – a família real a caminho do seu palácio de Mafra, parando para se refrescar e dar de beber aos animais; na localidade ainda há quem recorde ter ouvido as avós contar que a rainha D. Amélia, na companhia do rei D. Carlos, mandava distribuir às crianças saborosos bolos.
A LINHA DO OESTE
A inauguração do primeiro troço da Linha do Oeste ocorreu a 2 de Abril de 1887, correspondendo ao troço Alcântara – Cacém.
Ainda no mesmo ano foram abertos os troços até Torres Vedras (21 de Maio) e Leiria (1 de Agosto).
UM POUCO DE HISTÓRIA
Após a tomada de Lisboa permitiu D. Afonso Henriques que as populações mouras continuassem a residir e a trabalhar nos territórios em torno da cidade de Lisboa, mediante o pagamento de uma contribuição pecuniária como compensação pela tolerância real.
Dizem que a estes mouros dos arredores davam antigamente o nome de Çaloyos ou Saloios, que “talvez da mesma origem proviesse um antigo tributo que se pagava do pão cosido em Lisboa e seu termo, e que era conhecido pela denominação de çalayo”.
Em Março de 1158, D. Afonso Henriques doou ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra uma velha quinta moura, o Prazo de Meleças, a que posteriormente se juntaram outros terrenos.
O Prazo de Meleças foi o grande centro organizador dos bens na região de Lisboa, congregando inúmeros prédios rústicos e urbanos, de elevada rentabilidade agrícola e pecuniária. A sua 'cabeça' era a Granja de Santa Cruz, que ainda existe, localizada entre o Sabugo e Meleças.
No inquérito mandado fazer pelo Marquês de Pombal após o terramoto de 1755, o pároco Jozé Antunes de Almargem do Bispo na resposta, enviada a 5 de Abril de 1758, enumerava os 22 lugares da freguesia :
Almarge (30 fogos, 106 pessoas), Rebolho Posso do Musguo Santa Ellalia (18 fogos, 66 pessoas), Val de Figeira (2 fogos, 10 pessoas), Mastrontas e Feiteiras (5 fogos, 30 pessoas), Alfouvaras (7 fogos, 49 pessoas), Gosmos quintanelas e oullella (29 fogos, 97 pessoas), rodas e Costa Pequena (3 fogos, 9 pessoas), Sabugo (75 fogos, 220 pessoas), Granja Ribeira Mancebos (36 fogos, 104 pessoas), Almornos (22 fogos, 129 pessoas), Quinta dos Gafanhotos e D. Maria (55 fogos, 201 pessoas), quinta do Bertam (2 fogos, 7 pessoas), Camarois e Carniceiros (21 fogos, 73 pessoas), Roil de Sima (18 fogos, 59 pessoas), quinta dado Luo (1 fogo, 3 pessoas), Roil de Baixo e Cazais (30 fogos, 106 pessoas), Charqua the samudas (5 fogos, 38 pessoas), Covas de Ferro e Bocal (18 fogos, 75 pessoas), Alvogas Velhas (73 fogos, 184 pessoas) e Covam (9 fogos, 27 pessoas).
Em 1758, a freguesia contava pois 459 fogos e 1.593 habitantes, sendo a localidade de Sabugo a que contava mais pessoas residentes.
Recorde-se que em 1527, quando D. João III mandou efectuar o numeramento do Reino, a vintena do Sabugo apresentava um total de 34 vizinhos, em contraposição com a de Almargem, com apenas 27.